A 30ª edição do badalado evento gastronômico Bocuse d’Or, que acontece a cada dois anos, foi realizada este ano em Lyon, no sudeste da França. Após muitos meses de planejamento e preparativos, vinte e quatro dos chefs mais promissores do mundo participaram de dois dias de intensa competição concorrendo pelo troféu considerado mais bonito do mundo da gastronomia. Para participar, estes chefs foram escolhidos em eventos de seleção continentais (Bocuse d'Or Europe, Bocuse d'Or Asia Pacific e Bocuse d'Or Latin America) e a grande final revelou ao mundo os melhores talentos nas artes culinárias de todo o planeta.

Nesta edição os participantes tiveram surpresas como a exigência da apresentação do prato em uma bandeja, marcando a identidade da gastronomia francesa, além de trabalhar com frango e marisco Bresse, com base numa interpretação da famosa receita de Lyon para frango e lagostas. Outra novidade foi a ênfase nos vegetais, com a preparação de um prato totalmente vegetal, composto exclusivamente de frutas, legumes, cereais, sementes ou leguminosas.

Os Estados Unidos foram os vencedores do grande prêmio, com o americano Mathew Peters que ficou como o melhor chef do mundo. Em segundo lugar ficou o chef Christopher William Davidsen, da Noruega, e em terceiro o Viktor Andersson, da Islândia. A grande expectativa para o Brasil era a chef alagoana Giovanna Grossi, que conquistou duas etapas consecutivas do Bocuse d’Or, no Brasil e no México, mas ficou em 15° lugar na final da competição em Lyon. Ela declarou orgulhosa em sua rede social: “O nosso trabalho terminou! Estamos felizes com o resultado, foi tudo como planejado! Quero agradecer a todos que nos ajudaram, que contribuíram e que torceram!!!”, publicou.

No momento da competição, em uma cozinha de 18 m2, todas as equipes contavam com o chef principal e um ajudante, além de um chef treinador que coordena a atuação do lado de fora da cozinha. Giovanna Grossi contou com o apoio do chef Nicholas Santos e do treinador Victor Vasconcellos.

Para a grande prova havia o tempo de 5 horas e 35 minutos para preparar dois pratos, sendo um deles uma carne de alta qualidade ou peixe fresco pela releitura de uma receita, e outro apenas com vegetais, apresentados à francesa numa bandeja. Os ingredientes obrigatórios foram selecionados pela organização do concurso e cada equipe escolheu alguns para dar uma personalidade original ao prato.

A equipe brasileira, para regionalizar o prato, escolheu mandioquinha e jiló. Para o prato com frango, o diferencial ficou por conta da pupunha e do cambuci. As participações de Giovanna e da uruguaia Jessika Toni, únicas mulheres competidoras desta edição, foram elogiadas pela chef luxemburguesa Léa Linster, a única cozinheira mulher a conquistar o Bocuse d'Or em 30 anos de existência. Giovanna foi a primeira brasileira mulher a chegar à final do Bocuse d'Or.

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