Veleiro de corrida recordista se transforma em iate de luxo
Antes um barco de velocidade e quebrador de recordes, agora um luxuoso iate. Essa é a história do Samurai, antes o Mari-Cha IV, um veleiro com pouco mais de 42 metros cujo único propósito era quebrar recordes de distância e velocidade.
Produzida e entregue para o seu antigo dono em 2003, a embarcação superou limites como o de atravessar o Oceano Atlântico em seis dias, sem falar o de percorrer quase 845 km em apenas 24 horas. Sem muitos luxos, a Mari-Cha IV comportava 25 a bordo nas corridas, mas esse grande grupo dormia em camas beliches abrigadas na popa e na proa. Fora isso, grandes caixas abrigavam cilindros hidráulicos que inclinavam a sua quilha a 40 graus em ambos os lados, juntos a uma carroceria superficial, permitiam que o veleiro chegasse a nada menos do que 40 nós.
Porém, seu antigo dono resolveu coloca-la à venda e, após muita procura pela pessoa ideal, surgiu seu novo proprietário. Um admirador de carros clássicos que decidiu honrar a história de Mari-Cha, mantendo as torres gêmeas de fibra de carbono que seguravam os 893 metros de vela, mas transformando-a em um super iate.
E foi assim que surgiu o Samurai. Um sofisticado e confortável iate, projetado pelo estaleiro holandês Royal Huisman e decorado pelo estúdio britânico Rhoades Young. Apesar das dúvidas que alguns tiveram, a união das duas empresas à visão do novo dono rendeu algo surpreendente e inovador.
A primeira modificação foi na quilha removível para que a embarcação pode entrar em mais portos. As caixas hidráulicas também foram removidas para criar mais espaço interno e, do lado de fora, braçolas do cockpit se tornaram bancos seguros e confortáveis.O cockpit também ganhou um grande sofá em C e novas mesas, mas os guindastes e a direção são originais.
Criar um interior aconchegante e com jeitão de iate foi um desafio, mas um bem sucedido. No interior, se o nome dá alguma dica, o tema oriental aparece, mas de maneira bem sofisticada, com armaduras antigas de soldados japoneses, painéis de seda nas paredes e uma espada do século 16, quando o Japão passava pelo período Edo.No lugar dos beliches para 25 pessoas entraram quatro suítes que acomodam confortavelmente 10.
Apesar de toda a reforma e das 8 toneladas adicionais necessárias para a reforma, o novo Samurai ainda deve entrar em algumas competições, já que suas enormes velas ainda estão lá para dar toda a potência ao iate. Mas entre elas, a nova embarcação será mesmo para passeios com a família do novo dono.
Mais informações em: http://www.philippebriand.com/yachts/mari-cha-iv/